Apareço agora, depois de quase uma semana, para mais um livrinho lindo. Como agora eu deveria estar fazendo um trabalho sobre Merleau-Ponty e a fenomenologia, o texto vai ter que ficar pequenininho.
O livro de hoje é O Morro dos Ventos Uivantes, escrito em 1847 por Emily Brontë. Ele ficou muito conhecido nos últimos anos graças ao Crepúsculo o que, infelizmente, não foi muito bom para a imagem do morrinho. Apesar de não ter sido escrito muito tempo após Orgulho e Preconceito, as diferenças sociais apresentadas nos dois livros são imensas. A maneira de escrever é diferente, a maneira de tratar o amor é diferente, os diálogos são diferentes. Isso que ambos são livros britânicos escritos por mulheres.
Entretanto, O Morro bem que poderia ter sido escrito por um homem. É um livro difícil de se explicar mas, em linhas gerais, trata sobre o amor tempestuoso entre o Sr. Heathcliff e a senhorita Catherine Earnshaw. Amor este que é, muitas vezes, descrito com muita crueldade e de maneiras muito pouco românticas. Ainda assim, é um amor que sobrevive ao tempo e ao caráter não muito bom das duas partes. Em alguns pontos me lembra o amor do Severus Snape pela mãe do Harry (sim, Harry Potter), especialmente por ser um amor que nunca foi consumado, em que a índole do homem não era muito boa (assim como a sua reputação) e que é a única redenção para ele, apesar de no caso do Severus o amor ser unilateral.
Pontos positivos: não é um livro meloso. É um romance bem escrito, que faz você torcer pelos malvados e sentir nojo dos mocinhos.
Pontos negativos: é meio impossível. Bem impossível. Ninguém nos dias de hoje pode sentir um amor tão ardoroso como o deles, nem tão cruel e devastador. E pra quem provar que estou mentindo, eu tiro o meu chapéu.
Bom, era isso por hoje. Semana que vem eu escrevo sobre mais um.
''Os meus grandes desgostos neste mundo, foram os desgostos de Heathcliff, e eu acompanhei e senti cada um deles desde o início; é ele que me mantém viva. Se tudo o mais perecesse e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir; e, se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria, para mim, uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer.''
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